sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Babel


A Torre de Babel foi, segundo o Génesis, uma torre enorme construída por descendentes de Noé, com a finalidade de tocar os céus. Quem não gostou da ideia foi Deus, que fez com que todos os trabalhadores começassem a falar idiomas diferentes, de maneira a que não conseguissem concluir a obra. E foi assim que apareceram os idiomas na humanidade.

Pois bem, ontem fui ver o filme Babel, vencedor do Globo de Ouro para melhor filme, e gostei. E muito!
Três histórias passadas em três culturas diferentes, mas sempre com algo em comum. Personagens que vivem as suas vidas em diferentes momentos narrativos, mas que as suas acções influenciam as vidam umas das outras.
A meu ver, a genialidade [se é que se pode chamar isso] de Alejandro Gonzalez Inárritu neste filme reside basicamente em dois aspectos: a forma como ele consegue ligar os três momentos narrativos, sem existirem cortes profundos e directos entre eles. Existe sempre algum pormenor que acaba por fazer a ligação; o outro prende-se com a utilização de várias linguagens ao longo do filme (dai o nome Babel) e os problemas que dai antevêem.
Momentos altos do filme: transição entre o grito de dor de Cate Planchet, ao ser cozida, e o silêncio sentido pela personagem de Pinko Kikuchi, enquanto espera por uma consulta no dentista. Brutal!
Boa interpretação de Brad Pitt, enquanto que Gael Garcia Bernal [um dos meus actores preferidos] fica um pouco aquém de outros filmes, como Diários de Che Guevara ou Má Educação, talvez fruto da própria personagem.
A complementar isto tudo: Grande banda sonora por parte de Gustavo Santaolalla, que já tinha feito a banda sonora de Diários de Che Guevara!
No entanto, não me parece que consiga arrecadar o Óscar para melhor filme. A crítica sublime subjacente ao EUA nalgumas partes das narrativas pode ser um entrave…
Aqui fica o trailer:



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