terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Richard Avedon

Existem surpresas muito agradáveis!

Na viagem a Copenhaga, mais precisamente ao museu Louisiana, visitei a exposição do fotografo Richard Avedon, e posso dizer que foi uma revelação.
Antes de explicar o porquê, fica aqui a curiosidade de esta ter sido a primeira exposição desde a morte do fotografo em 2004, e a primeira na Europa!
E a grande revelação foi as cerca de 250 fotografias expostas terem algo para dizer, como se fossem um filme que nos iam dizendo algo sobre as pessoas retratadas. É como se conseguisse retratar a essência da pessoa!


É facto que já todos vimos, pelo menos, uma fotografia de Richard Avelon, já que ele estava muito ligado à moda e à publicidade.


Mas só com esta exposição é que consegui perceber a magnitude da sua obra, e a sua capacidade escrever, atravês da lente de uma câmara, o que ele vê numa determinada pessoa.


Richard Avelon fotografou políticos e celebridades como mais nenhum fez até hoje. Mas o mais impressionante é que esta capacidade de esperar pelo momento exacto antes do click, reflectindo o que ele mesmo estava a ver, também se reflectia em pessoas comuns, o que apenas confirma a sua visão de que os "modelos" não tinham de ser perfeitos, mas sim humanos!

Durante a exposição assisti também a um filme onde ele explicava as histórias por detrás das fotografias. Vou deixar aqui duas histórias sobre duas fotografias muito conhecidas, a de Marilyn Monroe e Charlie Chaplin.

Depois de várias horas de fotografias onde, segundo o fotografo, a actriz namorou com a câmara, como se estivesse a representar um papel, a sessão terminou e Marilyn sentou-se num banco a descansar. A fotografia foi tirada quando Avedon reparou que naquele momento já não estava sentada a actriz mais sim o ser humano. E é aqui que reside a beleza da fotografia, percebe-se de facto quem foi Marilyn Monroe.


Em relação à fotografia do Charlie Chaplin, para além do facto histórico de o actor ter passado o último dia na América com o fotografo, antes de fugir para a Europa, prende-se com a forma como foi conseguida. Segundo Avedon, depois de ter terminado a sessão fotográfica, Chaplin virou-se para ele e pergunta:

-Já terminou?
-Sim! - responde Avedon.
-Então tenho uma surpresa para si!
E ao dizer isto, baixa a cabeça, e quando se levanta aparece então com esta cara maquiavélica a imitar o Diabo, criticando a América pela perseguição a que foi sujeito. E o mais curioso é que foi tão inesperado que Chaplin teve de repetir para Avelon conseguir tirar a fotografia!


De facto foi um fotografo fascinante. As fotografias foram apenas alguns exemplos. Podem ver o portofólio do fotografo neste site. Vale a pena!
Se tiverem curiosidade existe também no Youtube esta entrevista que reflecte de facto a genialidade do fotografo!

" Sometimes I think all my pictures are just pictures of me. My concern is...the human predicament; only what I consider the human predicament may simply be my own."

2 comentários:

Anónimo disse...

Que belo post! Obrigada por este link!!!

Jasmim disse...

Hii, há que tempos não passava por cá! Bela mudança, sim sr! Não conhecia o fotógrafo nem o trabalho dele, mas gostei de conhecer este bocadinho!